Valquírias

quarta-feira, 6 de outubro de 2010





"Iniciamos um pouco atrasados hoje, aquecemos e fomos fazer o exercício com o tecido novamente, só que agora em grupo.
Usamos apenas um tecido, o grupo não conseguiu criar praticamente nada, em particular, não consegui jogar com os demais, estava indiferente a eles, não conseguia transmitir o que queria fazer, nem perceber o que eles queriam e isso me frustrou muito. O jogo não fluía, as energias pareciam não querer se misturar, tornando mais difícil ainda fazer o exercício.
Rolávamos no chão com o tecido,esticávamos, puxávamos, mas nada de realmente interessante, Xico ficou tão chateado e nos jogou um balde de água, todo revoltado. De certa forma isso ajudou, pois só depois desse banho construímos alguns movimentos, conseguimos jogar em grupo!
Logo após o exercício partimos para montar o coro, cada um montando o seu movimento, como andar, como olhar, essas coisas, nos saímos bem melhor nisso, fiz algo assim, com um caminhado com os meus joelhos para dentro, umas das mãos curvadas para traz, gostei do que consegui montar.
Depois fizemos o esboço de uma das cenas do espetáculo, confesso que esse esboço promoveu uma sensação muito ruim em mim, eu tinha que dá um beijo com o Fredson na boca, isso foi horrível , mas o fiz, é complicado para mim ter que fazer isso, mas sei que para me tornar um bom ator um dia, muitas barreiras preciso quebrar, lembro de umas palavras que Xico tinha falado antes de me convidar para entrar no grupo. Perguntei a ele o que o grupo fazia, ele disse: “ aqui não brincamos de fazer teatro, fazemos teatro!”
Agora sinto na pele essas palavras."


(trecho do diário de montagem de Mikaell Carvalho)

3 comentários:

Marcelo Cruz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marcelo Cruz disse...

O teatro tem essa magia de nos mostrar sensações um tanto que "constrangedoras", quebrando barreiras! O que você e seus colegas
passam nesses momentos de montagem e reflexão. É o que também sentimos
depois de uma performance tão verdadeira e real.

Anônimo disse...

O Mikaell é ousado, desprendido e tem sede pelo novo. Precisa-se de atores assim. O corpo é um corpo. Uma pessoa é uma pessoa. A arte tem o poder de fazer com que separemo-nos e demos lugar ao outro.

Beijos e merda, sempre!!

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